Evaristo Silva (1940-1945)

Evaristo Silva nasceu em Itatiba no dia 26 de outubro de 1889, sendo filho de Catão Silva e de D. Júlia Maria Pupo. Seu pai era natural de Portugal e já estava em São Paulo em 1879 exercendo o ofício de horticultor e comerciante de plantas, da mesma forma como faria em Itatiba. No dia 6 de julho de 1911, aos 22 anos de idade, Evaristo Silva se casou com Durvalina Barbosa que, infelizmente, faleceu precocemente no dia 23 de julho de 1912. Três anos depois, no dia 31 de julho de 1915, ele se casou pela segunda vez com Flaviana Barbosa, ela filha de Francisco Rodrigues Barbosa, o Chico Peroba, e de Jacinta da Silveira Barbosa. Evaristo Silva teve os filhos Brenno Silva, médico; e Cid Silva, eminente advogado em São Paulo. Evaristo Silva era irmão de D. Didi Silva, emérita professora itatibense, falecida em 1939.

Desde muito jovem Evaristo Silva se impôs na sociedade itatibense através de sua inteligência e perspicácia. Com apenas 20 anos fundou o jornal “A Reacção” que circulou pela primeira vez no dia 1º de julho de 1909. Politicamente, Evaristo Silva se colocava ao lado de Francisco Rodrigues Barbosa, o Cel. Chico Peroba e, inicialmente, seu jornal se definia como Órgão do Partido Dissidente e depois representando o Partido Republicano. Uma das grandes referências na imprensa itatibense, “A Reacção” permaneceu em atividade por 31 anos, pois sua última edição circulou no dia 28/12/1940, já sob nova direção. Ao longo de sua existência, e em especial nos seus primeiros anos, destacou-se publicação de números especiais em papel de alta qualidade, sendo também responsável pela edição do Almanaque de Itatiba de 1916, em edição das mais luxuosas.

Em 1917, ao lado de outros itatibenses fundou o Grêmio Cívico e Recreativo Itatibense, integrando sua diretoria por diversas vezes. Foi diretor da Santa Casa de Misericórdia durante longo tempo, participando ativamente da campanha pró-construção do novo prédio do hospital. Embora militando na política há longos anos, Evaristo Silva nunca havia exercido funções públicas. Em 1935, candidatou-se pela primeira vez a um cargo eletivo, sendo eleito vereador, foi o único representante do Partido Republicano Paulista na Câmara Municipal naquele período.

Evaristo Silva apoiou o governo Getúlio Vargas e o Estado Novo, assim como o jornal “Correio Paulistano” para o qual ele já trabalhava como correspondente em Itatiba e depois como chefe de uma de suas seções em São Paulo. Certamente por este motivo e também por ser itatibense e ter prestígio na cidade, foi escolhido pelo interventor Adhemar de Barros e nomeado prefeito através de decreto de 3 de outubro de 1940, tendo tomado posse em São Paulo no dia 8 de outubro do mesmo ano e em Itatiba na tarde do domingo 13 de outubro no Paço Municipal.


Correio Paulistano, edição do dia 4 de outubro de 1940

No período em que Evaristo Silva governou a cidade, o mundo esteve envolvido na II Guerra Mundial, inclusive com a participação do Brasil a partir de 1944. O prefeito teve especial cuidado com as finanças, saneando-as; reformou jardins e o cemitério, calçou ruas e dotou a cidade de melhoramentos que necessitava. Desenvolveu grande trabalho no sentido de garantir o abastecimento de gêneros alimentícios para a população, alguns deles escassos e outros racionados à guerra.

Em 1941, após o falecimento de Francisco da Silveira Leme, o Chico Leme, que havia deixado em legado seu precioso acervo de livros para o Estado, Evaristo Silva não poupou esforços para que o governador autorizasse a permanência das 6 mil obras na cidade e criou a Biblioteca Municipal homenageando Chico Leme.

Outro feito do prefeito Evaristo Silva foi a edificação do monumento homenageando a FEB e os pracinhas itatibenses, inaugurado no Largo do Rosário no dia 7 de outubro de 1945. Posteriormente demolido, foi reconstruído e reinaugurado no dia 29 de outubro de 2022 no mesmo Largo do Rosário.

À direita o monumento original da FEB no Largo do Rosário e abaixo foto da sua inauguração no dia 7 de outubro de 1945. Acervo Foto Parodi

 

Evaristo Silva deixou a prefeitura no dia 29 de maio de 1946 e se transferiu para São Paulo. Mas, em 1947 foi eleito vereador, sendo o candidato mais votado. Faleceu em São Paulo no dia 25 de agosto de 1974, aos 84 anos. Seu corpo foi transladado para Itatiba onde foi velado e posteriormente sepultado no Cemitério Municipal.