Joaquim Bueno de Campos (1932-1935)

 

Joaquim Bueno de Campos nasceu em Morungaba, então distrito de Itatiba, no dia 6 de fevereiro de 1884, filho do coronel Manoel Joaquim de Araújo Campos e de D. Ana Bueno de Araújo Campos. Fez seus estudos no colégio São Luís, em Itu, e mais tarde no Externato Azevedo Soares em São Paulo. Posteriormente iniciou uma grande carreira na qual se destacou como um cidadão sempre voltado para os interesses da coletividade. Dotado de uma inteligência ímpar e de excelente índole, logo assumiu a chefia de sua família em virtude do falecimento prematuro de seu pai no ano de 1902, época em que contava com 18 anos de idade. Foi casado com D. Georgina Bueno de Campos e teve as filhas Ilza, Maria e Marina. Eram seus enteados o monsenhor Anatólio Brasil Pompeu, Alice, Olívia, Maria Evangelina e Ivete Pompeu.

Já residindo em Itatiba, no ano de 1911 foi nomeado para exercer o cargo de escrivão da coletoria, onde permaneceu até 1927, ocasião em que solicitou sua exoneração. No ano seguinte ou em 1912, foi agraciado com a patente de capitão da Guarda Nacional de Itatiba, mas não a utilizava em nome.

Na política, militou no Partido Republicano Paulista até 1930, tendo sido vereador e em 1932, ainda sob os efeitos da Revolução de 1930, foi nomeado pelo Governo do Estado como prefeito de Itatiba e tomou posse no dia 6 de abril de 1932, tendo permanecido no cargo até 3 de agosto de 1935. Coube-lhe, portanto, a difícil tarefa de governar no período pós-Revolução de 1930 e já em plena Revolução Constitucionalista e 1932. Nessa fase, empenhou-se para manter a tranquilidade da população para que a mesma não sofresse qualquer privação, até com risco de vida, pois as operações bélicas chegaram nos limites do município. O escritor Aureliano Leite, em seu notável livro “Martírio e Glória de São Paulo”, elogiou a ação do então prefeito, especialmente no setor de Morungaba.

Diário Nacional, edição de 25 de agosto de 1932

 

Preocupado com o amparo aos mais carentes, desde 1928 era membro do Conselho de Assistência e Proteção aos Menores de Itatiba. Posteriormente ingressou no Partido Constitucionalista, onde atuou fortemente para a construção da rodovia Itatiba-Jundiaí. Após a redemocratização do país, durante o governo Lucas Garcez, fez parte do Partido Social Progressista, tendo sido seu presidente em Itatiba no ano de 1951, mas logo depois abandonou a política.

Outra característica de “Nhô Quim Bueno”, como era conhecido, foi o profundo amor que tinha por Itatiba. Grande historiador, publicou dezenas de artigos na imprensa sobre a trajetória de Itatiba que, aliás, mereceriam ser compilados em um livro tal a importância dos mesmos. Foi diretor da Santa Casa de Misericórdia por mais de 40 anos e também seu presidente, defendendo essa instituição com garra, energia e competência. Foi um dos fundadores da Corporação Musical Santa Cecília, fundador e primeiro-secretário do Grêmio Cívico e Recreativo Itatibense, bem como gerente do Banco Noroeste em Itatiba. Joaquim Bueno de Campos, que tanto amou e trabalhou por Itatiba, faleceu no dia 16 de janeiro de 1962, aos 78 anos de idade.


Correio Paulistano dia 17/07/1954