Junta Governativa Provisória (1930-1931)

A eclosão da Revolução de 1930, cujo ápice foi a deposição do presidente Washington Luís no dia 24 de outubro de 1930, gerou uma grande instabilidade política no país que se fez representar nos estados e também nos munícipios. Quase que de imediato os governadores foram substituídos por interventores e os prefeitos por uma junta governativa como foi o caso de Itatiba. Após alguns dias de apreensão onde inclusive se fez presente a ameaça de uma guerra civil, a situação em Itatiba estava calma como publicou o jornal “Diário Nacional” (este francamente favorável à revolução) na sua edição do dia 28 de outubro de 1930:

No dia seguinte, ou a 29 de outubro de 1930, o jornal “O Estado de São Paulo” também publicou uma matéria a respeito das consequências da revolução em Itatiba e mencionou a nomeação da Junto Governativa que daí por diante administraria a cidade:

“ITATIBA – A notícia de que cessaram os combates no Brasil, entre irmãos que se colocaram em posição antagônica nesta grave emergência que ocorreu no país, foi recebida nesta cidade com grande alegria. Os jornais que trouxeram as primeiras notícias da cessação da luta, com a implantação do governo provisório da República foram avidamente disputados. Ante ontem, à noite, o povo se reuniu na Praça da Bandeira para comemorar o fato, tendo falado naquela praça vários oradores que se congratularam pela feliz terminação da campanha. Durante a reunião tocaram as duas bandas de música locais. Depois houve uma passeata pela cidade, tendo a mesma ocorrido debaixo da melhor ordem, dando assim Itatiba mais uma vez a prova eloquente da sua elevada educação política. Hoje (28 de outubro) às 12 horas foi entregue pelas antigas autoridades municipais à Junta Governativa Provisória o Paço Municipal, na sua administração se empossou o Sr. Coronel Alfredo Vieira Arantes, que era no conselho local, o representante do Partido Democrata.”

A Câmara Municipal continuou funcionando com os vereadores Alexandre Rodrigues Barbosa, Antônio Augusto do Valle, Renato Paiva, Benedito Franco de Godoy (prefeito deposto) Francisco Domingos Cosenza, Joaquim Bueno de Campos, Antenor Moreira e Alfredo Vieira Arantes, agora chefe da Junta Provisória.

Naquele curto período, a Junta Governativa Provisória foi formada por cinco membros:

Alfredo Vieira Arantes, vereador e grande fazendeiro, nascido em Airuoca (MG) em 1861 e falecido na cidade de São Paulo em 1934.

 


Benedito da Silveira Franco Chrispim
, também um grande fazendeiro de café e líder político, foi o fundador do Partido Democrata e seu presidente em Itatiba. Faleceu no dia 24 de dezembro de 1930. Seu filho Erasmo Chrispim foi prefeito de Itatiba em diversas ocasiões.

 

 

 

 

Antônio Alves Lanhoso, fazendeiro e político, nasceu em Itatiba no ano de 1898 e faleceu em São Paulo no ano de 1958.


 


Francisco da Silveira Leme
nasceu em Bragança Paulista em 1866, filho de Francisco Antônio da Silveira e Gertrudes Tereza Silveira, fazendeiros. Residiu por um longo período em Amparo, onde também era fazendeiro. Foi casado pela primeira vez com D. Joaquina de Siqueira Leme e depois com D. Fausta Camata. Veio residir em Itatiba, onde exerceu a função de tabelião onde faleceu no dia 24 de novembro de 1940, aos 74 anos de idade. Intelectual, doou sua coleção de livros para constituição da primeira biblioteca púbica da cidade e que hoje leva o seu nome.

 

Antônio Pupo Filho, fazendeiro e político, falecido em Itatiba no dia 29 de abril de 1941, aos 78 anos de idade.

Em comum entre eles estava o fato de pertencerem ao Partido Democrático que apoiou a Revolução, sendo esta aliás uma exigência do interventor em São Paulo, ou seja, a de que os membros nomeados para a Junta Governativa fossem do Partido Democrático.